.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Dia Nacional de Luta pela Consciência Negra


No dia 20 de Novembro comemoramos o Dia Nacional de Luta pela Consciência Negra. Essa data é comemorada neste dia devido a morte do maior marco político da luta e resistência negra reconhecido pelo movimento negro em todo o Brasil, Zumbi dos Palmares. Zumbi nasceu em Palmares em 1655, neto da princesa Aqualtune, filha de um rei do Congo. Ainda bebê foi capturado, sendo criado por um padre. Aos 15 anos foge e volta a Palmares. 

O quilombo era composto por negros fugidos, índios e brancos pobres, chegando aos 30 mil habitantes,  que praticavam uma agricultura avançada para a época, tornando-se uma ameaça ao poder colonial. Entre 1596 e 1716, o quilombo resisitiu a 66 expedições de portugueses e holandeses. Os dois principais líderes do quilombo, que compreendia partes dos atuais estados de Alagoas e Pernambuco, na Serra da Barriga, eram Ganga Zumba e Zumbi. Sendo o mais conhecido Zumbi, que foi traído por um dos seus principais comandantes Antônio Soares, sendo capturado. 

No dia 20 de Novembro de 1695 Zumbi foi decaptado e sua cabeça exposta em lugar público de Recife. Após a morte de Zumbi Palmares resistiu ainda por 30 anos.

Ninguém sabe ao certo o rosto de Zumbi, mas sua capacidade de luta e resistência atravessou os séculos. Zumbi disse: "É chegada a hora de tirar nossa nação das trevas da desigualdade racial".

3 comentários:

Luciana Arruda disse...

Importante sempre falarmos sobre este assunto. Para falar um pouco da contextualização de surgimento dos Quilombos, podemos dizer que,para fugir da escravidão, os negros se refugiavam em quilombos (presentes em toda América escravista). O que variou foi apenas o nome: palenques (na América espanhola), Maroons na inglesa, grand marronage na francesa e quilombos ou mocambos na portuguesa. Desde o Rio Grande do Sul, até a Amazônia existiam quilombos, apresentando desde vinte ou trinta habitante à milhares. O mais duradouro de todos os quilombos brasileiros foi o dos Palmares. Com início numa noite de 1597, quando cerca de 40 escravizados fugiram de um engenho do litoral nordestino e se refugiaram na Serra da Barriga, uma região montanhosa situada no atual estado do Alagoas. Este nome se deriva da grande quantidade de palmeiras do local. Assim que a notícia se espalhou, muitos escravos tomaram coragem e fugiram, no inicio a população palmariana não era tão grande, mas após a invasão holandesa no Nordeste (1624 – 1654) a vida no engenho estava desorganizada e sem vigilância mutua, foi neste contexto que os escravos aproveitaram para fugir. Além de brancos pobres e indígenas expulsos de suas terras pelos colonos, havia cerca de quinze mil habitantes. Neste espaço, homens, mulheres e crianças tentavam viver de forma livre e a seu modo.

Em 1978, a comunidade brasileira transformou o dia 20 de novembro em aniversário da morte de zumbi – Dia Nacional da Consciência Negra. Ou seja, um dia para refletir com profundidade sobre o racismo no Brasil e buscar formas para superá-lo.

Prof.Álvaro disse...

Oi Luciana é um grande prazer receber a contribuição tão valiosa e fundamentada de uma amiga e ex-aluna.

Eduardo Sena disse...

O assunto é vasto,velho,já era pauta,quando eu era criança,e continua sendo até hoje.
Se olhamos o processo de formação dos aglomerados humanos em grandes centros,entendemos bem como as coisas ocorriam naquela época.O problema é que as pessoas,não tendo acesso ao centro,nem ao 'capital' ,estabelecem-se na periferia,de onde sustentam o sistema e tentam usufruir dele.
O Africano,escravizado,não sofria só essa violência,de ser,ele próprio o capital,mas,bem pior,não podia vivenciar sua essência,que era sua cultura,seu modo de relacionar-se com o meio.Os que não concordavam com o sistema,não podendo retroceder,buscavam reencontrar seus princípios,recriando a comunidade.Chamam essas organizações de 'Quilombo'.
Por isso,digo que pouca coisa mudou.Um ou outro negro na novela das oito não quer dizer que a situação dos Negros melhorou no Brasil.Se o Negro não tem seu próprio meio,não deve se preocupar tanto em ser aceito num meio que não é seu.As histórias precisam ser de Negros. Não adianta falar 'comunidade',pois favela é sempre 'favela'.