A Festa do Divino Espírito Santo se constitui, por longos anos, em uma das mais importantes manifestações do calendário religioso da Igreja Católica Apostólica Romana, no Brasil.
A devoção do divino pelo povo brasileiro é uma herança que nos vem do colonizador português, não só da área continentina europeia como das ilhas lusas ultramarinas-Açores.
A primeira irmandade constituída em louvor ao Divino Espírito Santo, surgiu sob os auspícios da rainha Santa Isabel de Aragão, esposa de Dom Dinis, sexto rei de Portugal, nos primeiros anos do século XIV. A rainha fez construir em Alenquer, uma igreja consagrada ao Espírito Santo, após graça alcançada e ainda, instituiu a cerimônia de coroação do imperador do divino, fazendo para esse fim, a doação de uma coroa e convocando a nobreza para fazer parte desta, entregando-lhe a conservação da Casa e da Devoção instituída.
A coroação do Imperador do Divino teve como modelo a coroação do próprio rei de Portugal, e alguns aspectos formais da pompa da coroação foram utilizados.
Em Mostardas, a festa do divino começa com a fincação do mastro. Nove dias antes da festa, às duas horas da tarde, sai o préstito, puxado pela banda de música, da casa do festeiro e dirige-se para a casa do alferes e, de lá, para a igreja onde o padre benze a bandeira. Na igreja os homens vestem as opas da Irmandade do Divino.
Da igreja, onde é guardado, o mastro é levado para a praça Luis Chaves Martins(em frente a igreja). O alferes inicia a abertura do buraco do mastro e sob os acordes da banda é levantado o mastro; que só é arrancado um dia após a festa pelo novo alferes e o festeiro sorteado.
Nos últimos três dias antes da festa, há tríduo à noite. A banda de música vai buscar o alferes, depois os festeiros, e da casa dos festeiros todos se dirigem para a igreja: o festeiro na frente, a banda atrás de onde se realizam as orações.
No final o cortejo volta para o império, sendo o festeiro que leva a coroa, ladeado por seis pessoas que carregam tochas.
Na véspera da festa, sábado, "vão tirar a esmola". Festeiro, a banda de música, alferes e espadim, percorrem a cidade para angariar ofertas em dinheiro ou espécies para a festa. A noite realiza-se o último tríduo.
No dia da festa, a banda busca os festeiros, alferes e espadim na casa do festeiro.
Dirigem-se ao império para buscar a coroa e a bandeira. De lá, o cortejo segue para a igreja onde, então, é celebrada a missa festiva. Após, começa a parte mundana: no salão realiza-se um banquete ou churrasco com a participação da comunidade. À tarde, pelas duas horas, começa a procissão. Na frente a cruz, escoltada por dois membros da irmandade com opas e lanternas. Entre as filas vão as bandeiras das congregações. Vem então, os homens: num andor é levada, por quatro homens com opas, a imagem do divino: a pomba branca; é parecida a um ostensório e feita de madeira. Precedem-na as bandeiras; segue o grupo de festeiros. O vigário vai na frente do divino, a banda de música atrás. Percorre a procissão as ruas principais da cidade e volta para a igreja onde se dissolve.
Agora se realiza o sorteio do novo festeiro: numa taça são colocados três bilhetes com nomes das pessoas indicadas para festeiros. Numa outra com, também, três bilhetes, dois em branco, e no terceiro escrito "festeiro", está eleito, e cumprimentado por todos. O alferes é sorteado simultaneamente, figurando seu nome no mesmo bilhete.
Marisa Oliveira Guedes
A devoção do divino pelo povo brasileiro é uma herança que nos vem do colonizador português, não só da área continentina europeia como das ilhas lusas ultramarinas-Açores.
A primeira irmandade constituída em louvor ao Divino Espírito Santo, surgiu sob os auspícios da rainha Santa Isabel de Aragão, esposa de Dom Dinis, sexto rei de Portugal, nos primeiros anos do século XIV. A rainha fez construir em Alenquer, uma igreja consagrada ao Espírito Santo, após graça alcançada e ainda, instituiu a cerimônia de coroação do imperador do divino, fazendo para esse fim, a doação de uma coroa e convocando a nobreza para fazer parte desta, entregando-lhe a conservação da Casa e da Devoção instituída.
A coroação do Imperador do Divino teve como modelo a coroação do próprio rei de Portugal, e alguns aspectos formais da pompa da coroação foram utilizados.
Em Mostardas, a festa do divino começa com a fincação do mastro. Nove dias antes da festa, às duas horas da tarde, sai o préstito, puxado pela banda de música, da casa do festeiro e dirige-se para a casa do alferes e, de lá, para a igreja onde o padre benze a bandeira. Na igreja os homens vestem as opas da Irmandade do Divino.
Da igreja, onde é guardado, o mastro é levado para a praça Luis Chaves Martins(em frente a igreja). O alferes inicia a abertura do buraco do mastro e sob os acordes da banda é levantado o mastro; que só é arrancado um dia após a festa pelo novo alferes e o festeiro sorteado.
Nos últimos três dias antes da festa, há tríduo à noite. A banda de música vai buscar o alferes, depois os festeiros, e da casa dos festeiros todos se dirigem para a igreja: o festeiro na frente, a banda atrás de onde se realizam as orações.
No final o cortejo volta para o império, sendo o festeiro que leva a coroa, ladeado por seis pessoas que carregam tochas.
Na véspera da festa, sábado, "vão tirar a esmola". Festeiro, a banda de música, alferes e espadim, percorrem a cidade para angariar ofertas em dinheiro ou espécies para a festa. A noite realiza-se o último tríduo.
No dia da festa, a banda busca os festeiros, alferes e espadim na casa do festeiro.
Dirigem-se ao império para buscar a coroa e a bandeira. De lá, o cortejo segue para a igreja onde, então, é celebrada a missa festiva. Após, começa a parte mundana: no salão realiza-se um banquete ou churrasco com a participação da comunidade. À tarde, pelas duas horas, começa a procissão. Na frente a cruz, escoltada por dois membros da irmandade com opas e lanternas. Entre as filas vão as bandeiras das congregações. Vem então, os homens: num andor é levada, por quatro homens com opas, a imagem do divino: a pomba branca; é parecida a um ostensório e feita de madeira. Precedem-na as bandeiras; segue o grupo de festeiros. O vigário vai na frente do divino, a banda de música atrás. Percorre a procissão as ruas principais da cidade e volta para a igreja onde se dissolve.
Agora se realiza o sorteio do novo festeiro: numa taça são colocados três bilhetes com nomes das pessoas indicadas para festeiros. Numa outra com, também, três bilhetes, dois em branco, e no terceiro escrito "festeiro", está eleito, e cumprimentado por todos. O alferes é sorteado simultaneamente, figurando seu nome no mesmo bilhete.
Marisa Oliveira Guedes
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