Embora não fosse rio-grandense, pois o grande guerreiro era filho de italianos, nascido em Nice, não é possível olvidar José Garibaldi, quando se recorda a legenda heróica do Rio Grande.
Indissoluvelmente ligado à tradição farroupilha, viu, além disso, nascer o seu primeiro filho, Menoti Garibaldi, que viria a ser general italiano, no município de São José do Norte (em local hoje pertencente ao município de Mostardas).
José Garibaldi foi coronel da República Rio-Grandense e tomou parte em inúmeros combates, notadamente no da Guarda de Santa Vitória, nos campos de Bom Jesus, onde pereceu o chefe legalista, brigadeiro Xavier da Cunha, e, mais uma vez, brilhou o glorioso farrapo, coronel Teixeira Nunes.
O que, porém, deu à fama de Garibaldi um relevo especial, naquela luta titânica, foi a façanha, sem precedentes, de conduzir uma esquadra para, no porto de Laguna, cooperar com as forças terrestres de David Canabarro.
A barra do Rio Grande estava solidamente bloqueada pelos navios da marinha de guerra do Império. Os pequenos navios de Garibaldi achavam-se, praticamente, engarrafados na Lagoa dos Patos.
Foi então que lhe ocorreu a ideia espantosa de transportá-los por terra! E, assentados sobre rodas, puxados por longas filas de bois, escoltados por cavaleiros gaúchos, lá foram - navios fantasmas, sem remos nem velas - cruzando a planície arenosa do litoral, até a barra de Tramandaí.
Dias depois, enquanto a esquadra legalista continuava, muito seriamente, bloqueando a saída do Rio Grande, José Garibaldi se apresentava no porto de Laguna, desfraldando no mastro de seus navios a bandeira dos farrapos!
Retirado do livro Rio Grande Heróico e Pitoresco, Arthur Ferreira Filho, Martins Livreiro - Editor, Porto Alegre, 1985.
2 comentários:
Linda a matéria sobre o nosso Rio Grande do Sul.Sempre é bom relembrar os fatos que fizeram a nossa história.
Maria
A nossa história é muito rica. Devemos sempre lembrar-lá, é nosso dever.
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